domingo, 30 de agosto de 2009

Roberto Silva - Descendo o Morro (nº4) - 1961




01. Mãe solteira; 02. Crioulo sambista; 03. Notícia; 04. Não faço esse papel; 05. O jornal da morte; 06. Preguiça; 07. O mérito do perdão; 08. Perdi você; 09. Sombra do passado; 10. Adeus, amor!; 11. Nossa vida; 12. Degraus da vida.




Saudações a todos! Depois de ter passado a semana inteira me lascando no trabalho e na faculdade, eu volto a postar mais uma pérola musical de um grande intérprete de sambas: Roberto Silva.




Apesar de a carreira dele ter começado na década de 40, ele ainda está vivo e atuante com 80 e poucos anos de idade. Foi e ainda é um senhor interprete de sambas, principalmente os dos antigos compositores dos morros cariocas ( Nelson Cavaquinho, por exemplo; não é à toa o título do disco da postagem) E, entre os vinte discos (não contando os 78 rpm) que lançou e/ou participou ao longo de sua carreira, está uma famosa tetralogia lançada entre 1958 e 1961, "Descendo o Morro", da qual eu comento o último disco. Por quê? Oras, porque dos quatro discos desta série, o último é disparado o mais bem acabado e o mais... ora, como direi?... bonito da tetralogia.



Ouvindo este disco, se percebe que não é a toa que Roberto Silva ganhou o apelido de "Príncipe do Samba", talvez só porque se fosse chamado de rei, muita gente invejosa começaria a chiar...Ou talvez porque Roberto Silva quase não lançava coisas inéditas, só versões (pelo menos em sua obra solo). Enfim, este disco, assim como os três que o antecederam nesta tetralogia, não devem faltar no acervo de qualquer pessoa que goste de samba, ainda mais de samba antigo...



Em tempo, um pouco de luto: o blog "Um Que Tenha", onde obtive não só este disco, mas todo o resto da tetralogia "Descendo o Morro" e também considerável parte de meu acervo musical, foi retirado do ar pelo Google na semana passada, sob a alegação de estar violando as leis americanas de proteção aos direitos autorais (os blogs do Google, assim como este, estão hospedados nos Estados Unidos - e só notar o endereço final, ".com"; isto, claro, porque existem inúmeras restrições ao uso do endereço ".com.br", o que torna bem mais fácil hospedar um blog em outro lugar). O que é um duro golpe para todos aqueles que gostam de boa música e que querem ter acesso aos bens de patrimonio da humanidade... Por isto, esta postagem é dedicada ao sujeito que se identificou como "Fulano Sicrano" enquanto mantinha o citado blog de pé.



Na próxima postagem, vou tentar falar em defesa do "copyleft"... Mas vamos ao colírio alucinógeno, que amanhã o ciclo de lutas e sofrimentos se reinicia!



Para ouvir a faixa 11, "Nossa vida", clique no seguinte link:



sábado, 22 de agosto de 2009

As palavras do mentor...

Saudacões a todos! Eu não lhes disse que este meu blog é fortemente insipirado no blog "Ayom: música e espírito", que nos mostra extratos do acervo fonográfico da Faculdade de Teologia Umbandista e é mantido por um grande crítico musical e inconteste lutador da causa umbandista, William Oliveira (mais conhecido como Mestre Obashanan). Eu lhe fiz um convite para visitar este canhestro blog que mantenho de pé há duas semanas e eis o que o mestre falou ao seu "discípulo". Confesso que o que vem a seguir me deixou extremamente lisonjeado, aida mais por este elogio ser extremamente inesperado e vindo de quem vinha:



"Adriano, gostei muito do seu blogue, principalmente da idéia do seu professor, de ver-se comendo macarrão. Não vou tentar fazer porque posso correr o sério risco de enfartar de medo. Mas continue!! E quando tiver algum disco macumbístico de peso, nos escreva pra que possamos trocar! Olha que o Germano e aquele Bezerra já me interessaram por algumas faixas!! Abraço!"



Pois bem, agora me deixem pingar o famoso colírio!

domingo, 16 de agosto de 2009

Bezerra da Silva - Bezerra da Silva e um punhado de bambas - 1982



01. Aqueles morros; 02. Apertar o cinto; 03. Na aba; 04. Deixa uma paia pro véio queimá; 05. Amigo do sereno; 06. Cipó Caboclo; 07. O federal; 08. Vizinha faladeira; 09. Punhado de bambas. 10. Chico não deu sorte; 11. Vovó D'Angola.



Salve pra todos! Neste blog, eu não poderia deixar de falar do grande e já finado mestre Bezerra da Silva, um dos meus sambistas favoritos! E aqui estou comentando, o que, em minha modesta opinião, é um dos melhores, se nao for o melhor, dos discos que o Bezerra lançou. Pelo menos esse disco tem a música mais bonita dele (ainda na minha modesta opinião; olha a imparcialidade indo pro saco!), "Amigo do sereno".


Sempre me emociono com essa música: "Não vai dar certo, Leonor/Você quer morar comigo/Mas não sabe quem eu sou/É que sou boêmio e vivo pelas madrugadas/De pileques, cervejadas/Violões e trovador/Ainda tem dias que nem apareço em casa/Eu não tenho hora marcada/Nem momento pra chegar/Sou partideiro/vivo na remandiola/Sou amigo do sereno/E pra chegar não tenho hora/Gosto de andar bem alinhado/Minha roupa bem lavada/Engomada e bem passada/Eu não gosto da comida requentada/Quero encontrar a casa limpa/E toda a louça lavada/Eu não gosto de mulher esculachada"


É bem machista, não? Mas ainda assim, é muito bonito, apesar de não ter nada a ver com minha pessoa... Pois bem, como muitos de vocês já devem saber, o Bezerra da Silva baseou seu sucesso nas composições que retratavam a vida da gente das favelas, e que falavam de todo o universo destes ambientes: da malandragem, do homem trabalhador que ganha pouco, das drogas, das macumbas, dos políticos corruptos, das então nascentes seitas neopentecostais que enganavam o povo humilde... E, que apesar de todo este clima, fizeram o nome deste artista no universo musical...


Se formos analisar bem, Bezerra da Silva foi mestre no que fez como sambista, isso tudo sem ser exatamente um cantor afinado ou um músico de grande habilidade (em que pese a sua famosa "versatilidade"; em seus discos, além de cantar, normalmente ele tocava três ou mais instrumentos, mas não era exatamente genial).


Ele fazia sucesso porque ele era o porta-voz da "banda podre", da "arraia-miúda" da sociedade brasileira, conseguindo ao mesmo tempo unir em um só lugar a crítica ácida e o humor sarcástico, dando voz a todo tipo de gente: os bandidos, os favelados, os compositores do morro...E todos, ao ouvirem a sua realidade sem muitos eufemismos na voz de um artista popular, se rendiam à maestria e ao talento daquele que dava voz às suas realidades. Até mesmo aqueles que eram o alvo das críticas se livravam de seus recalques e saíam cantando: "Vou apertar/mas não vou acender agora"...


Mas e o disco desta postagem??? Veja só a capa e a animação do velho Bezerra junto com outos bambas: não dá vontade de você estar ali no meio daquele samba? Realmente, o que está expresso nacapa, também está no disco, e depois de tudo isso, eu falo: pra você saber melhor, só escutando, meu chapa... Portanto, se você gosta de samba, não deixe de conhecer não só esse disco, mas também o resto da obra deste imortal mestre...


Eu já falei em outra ocasião que eu procedo como o traficante de cocaína: só te dou uma pequena dose, pra você ficar amarrado na coisa. E hoje não vai ser diferente. Se você se interessou por este disco, veja minha lista de blogs, e vá no "Prato e Faca" que voc~e encontrará esta obra...


E agora, deixem-me com meu colírio alucinógeno, que amanhã tenho que voltar à dura lida do trabalho e da faculdade!


Para ouvir a faixa 05, "Amigo do sereno", clique aqui:




sábado, 15 de agosto de 2009

O perfume da Umbanda...

Saudações ! Eu encontrei este texto em uma comunidade umbandista do orkut, e vou postá-lo pela sua beleza. O autor é um tal de Pai Emído de Ogum. Aproveitem!

As flores tem seus aromas, pode ser cravo, rosa ou mesmo a simples palha de milho;


O incenso também tem, e direciona a mente das pessoas purificando-as;


A alfazema, também vibra com seu perfume em todo templo;


As ervas também exalam um delicioso perfume, que percorrem seu corpo;


O Talco das entidades tem um odor maravilhoso, vindo no sopro do amor;


E que perfume tem o café dos Pretos Velhos, dá até vontade;


Até o charuto do Caboclo percorre a divindade do olfato;


Agora sua mente esta perfumada pelo som do atabaque e das canções entoadas;


As cores das imagens dos Orixás perfumam seus pensamentos;


Chegue bem pertinho da água que jorra no Reino de Yemanjá e que também tem um cheirinho delicioso de mar;



Se fecharmos os olhos, sentindo todos esses perfumes, sentiremos um toque no coração, e esse é o cheirinho de Oxalá;


Se juntarmos todos esse perfumes em um único frasco terás o perfume da felicidade, que levaras consigo no frasco mais puro que existe, que é o frasco do seu coração;


Agora sua alma também ficou perfumada, por todos os perfumes da Umbanda;

Quando saíres, sentirás ainda este cheiro de perfume;

E levarás este aroma ao seu lar, trazendo paz e alegria;

E no caminho exalará por onde seus pés tocarem, guiando-te nos bons caminhos;

Sentiras este perfume nas cores que olhares, nos barulhos que escutares e no vento que soprar;



Agora estarás sempre guardado pelo Perfume da Umbanda.







E dá-lhe colírio alucinógeno!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Leôncio e Leonel - Tire o Olho Gordo - 1971



01. Tire o olho gordo; 02. Pai João e Mãe Maria; 03. Rosa vermelha para moça bonita; 04. Lança de São Jorge; 05. Rei do samba; 06. Deus lhe pague; 07. Via sacra no sertão; 08. Filho do diabo; 09. Velho catireiro; 10. Assombração; 11. Cacho de uva; 12. Bambolê de baiano.



Esta é uma postagem que eu me sinto bastante feliz de fazer (e vocês logo saberão o porquê). Um dia desses, eu estava comentando que a Umbanda (ou, pelo menos a sua música) havia se infiltrado em todos os gêneros de música popular, e aqui vai mais outro exemplo curioso disto: aqui está um disco de música caipira que não só tem algumas músicas de inspiração umbandista mas também algumas profanas e até outras inspiradas na devoção católica da gente do interior...


Os artistas deste disco, Leôncio e Leonel, são naturais de uma cidadezinha do interior paulista chamada Bariri, que está a uns 400 quilômetros da capital. Viveram com a família durante algum tempo em uma fazenda no município vizinho de Boracéia( não confundam com a "Ponta da Boracéia" do Litoral Sul paulista; esta Boracéia de que falo é uma cidade "enorme" de uns 5 mil habitantes, vizinha a já falada Bariri e a Bauru), onde conviveram com a família de meu avô paterno, e de lá saíram para a carreira artística.


De repente, agora que cito meu avô, me lembro que ele nos conta esta e outras histórias sem omitir o mais ínfimo pormenor delas; se você quer saber EXATAMENTE (perdoem-me o sacrilégio historiográfico) como qualquer coisa aconteceu, escute a versão que meu avô paterno dará ao fato em si.


Quanto ao que estamos tratando aqui, ele me conta que trabalhava numa fazenda juntamente com o pai desses dois artistas, e que a mãe deles era uma excelente benzedeira de crianças; que naquela comunidade em que todos viviam, os citados artistas não eram muito benquistos; que na primeira vez em que eles se apresentaram num programa de rádio (se eu não me engano foi na "Rádio Cultura de Pederneiras"), o locutor até interrompeu a apresentação no meio de tão desagradável que tinha ficado; e que com isto o pessoal da fazenda até dizia: "Leôncio e Leonel, os dois cantores com dor de barriga"; e que na mesma família haviam outros dois irmãos que cantavam, mas, segundo meu avô, eram mais ruins que seus dois irmãos mais famosos.


Talvez meu avô tenha contado tudo isto até por despeito, porque ele e um irmão também tentaram engrenar uma carreira na música caipira, mas pela falta de vontade deste meu tio-avô, não foram para a frente (ao contrário de Leôncio e Leonel, que até obtiveram algum sucesso na música caipira); é com latente saudade que meu avô fala de certa ocasião em que eles ficaram três dias e três noites vagando pelas cidades vizinhas do local aonde eles moravam, só tocando viola a convite dos outros;


E é com muita raiva que meu avô fala de certa ocaisão em que um explorador de talentos queria levá-los com sua comitiva para o interior do Paraná para, segundo ele, depois levá-los à Radio Bandeirantes de São Paulo, onde "ele botaria a gente na mão do Zico e Zeca" (que nessa época eram apresentadores de um programa de música caipira nessa rádio). Ma o negócio melou porque meu tio-avô tinha acabado de se casar e não queria ficar longe da família, embora meu avô estivesse louco pra partir (ele era solteiro nessa época)... Histórias de família...


Ah, onde eu deveria estar???? O disco em si e os artistas não são brilhantes, mas vale a pena pelo fato de misturar em um lugar só coisas que abordam tradições religiosas tão antagônicas como são a católica e a umbandista (minto, se considerarmos o catolicismo popular, ainda mais o da gente caipira, esse antagonismo talvez quase desapareça) .E tudo isto sem talvez se dar conta do que estavam fazendo... Enfim, pelo menos vale a pena ouvir ou como documento antropológico, talvez...


E vamos ao colírio, na força de meu pai Ogum!


Para ouvir a faixa 04, "Lança de São Jorge", clique no seguinte link:








quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Germano Mathias - Em continência ao samba - 1958

01. Guarde a sandália dela; 02. Tem que ter mulata; 03. Lata de graxa; 04. Braço a torcer;05. Chavecada na Pavuna; 06. Derrocada no Salgueiro; 07. Audiência ao prefeito; 08. Figurão; 09. Maria Antonieta; 10. Feitiço fracassado; 11. Pedra dura; 12. O mandamento do amor.


Como eu havia prometido, aqui está mais um post do Germano. Este disco é o segundo da carreira dele; depois de ele ter vencido um concurso de calouros numa rádio, ele gravou um primeiro disco com oito músicas, e no ano de 1958, ele gravou este disco que eu estou postando.


Ele contém a primeira versão do maior sucesso da carreira de Germano Mathias: o samba "Guarde a sandália dela", que aliás é de composição dele próprio ( a maioria das coisas que o Germano gravou foram de outros compositores) com um tal de Sereno (que não pude descobrir quem é); é impossível não se emocionar com esta letra: "Guarde a sandália dela/Que o samba sem ela/não pode ficar/ Diga também pra ela/ Que a escola sem ela/ não vai desfilar/Diga que foi por ela/ por causa dela/que eu parei de sambar/ Diga que toda a favela/chorando por ela/ se pôs a rezar"


Bem, saindo um pouco da nostalgia, este disco está realmente à altura de Germano Mathias; é um disco extremamente animado e dançante, e é de se espantar que quase não se encontrem referências à ele. Também chama atenção a terceira faixa, "Lata de graxa", que fez parte da trilha sonora de um dos dois filmes que Germano Mathias tomou parte (nos filmes mais antigos, era comum que no meio do enredo, alguns artistas fizessem números musicais). Só não me lembro que filme foi ("O Preço da Vitória" ou "Quem Roubou meu Samba?").


E, em 1997, a RGE, que lançou este LP, o reeditou em CD (sob o título "Germano Mathias - 20 Preferidas") juntamente com o terceiro disco de Germano, "Hoje tem batucada", em um único volume, omitindo duas músicas de cada disco. Por esta razão, eu não possuo as duas últimas faixas deste disco que estou postando, porque foram justamente as que foram omitidas na edição do CD. Em suma, este é um disco indispensável e inesquecível para aqueles que gostam não só da obra do Germano, mas também de um bom samba...


E vamos ao colírio!





Para ouvir a faixa 08, "Figurão", clique no link seguinte:

http://www.esnips.com/doc/77276803-3a26-4339-ad15-4051f32bac31/05-Figurão

















terça-feira, 11 de agosto de 2009

Aviso aos nautas...

Como vocês notaram, as postagens não obedecem a formato algum: eu estou tomando um baile deste editor quando vou postar alguma coisa ou alterar as postagens, e não estou conseguindo fazer as coisas direito. Por isso, não se importem e tenham um pouco de paciência que logo, logo eu conserto tudo...

sábado, 8 de agosto de 2009

Umbanda de Todos Nós - 1961


01.Príncipe Gerson; 02.Saravá, meu Pai; 03.No pé da Jurema Preta; 04.Mineiro Grande; 05.Vamos Saravá; 06.Zé Arigó; 07.Mestre Luiz; 08.Babalorixá; 09.Mãe Aruanda; 10.Santa Bárbara; 11.De corpo fechado; 12.Pai Oxalá.




Ora, meus senhores, eu recebi este disco justamente hoje(eu o comprei sob encomenda) e fiquei bastante intrigado, pois o que esta obra nos traz à luz é algo bastante incomum: todas as faixas deste disco são forrós com a temática das coisas do terreiro; normalmente, quando alguém grava alguma música de tal temática, utiliza o samba como veículo. Isto posto, começamos a refletir sobre que caminhos a música umbandista passou, e notamos que ela está presente em todos (ou quase todos) os gêneros da música popular (eu já encontrei não só sambas, mas também música sertaneja com temática umbandista). E o incrível que as pessoas muitas vezes tentam negar tal ligação.




Particularmente falando, estou orgulhoso deste post, pois como muitos sabem eu sou umbandista, e não faço questão alguma de esconder isso, ainda mais num momento como este, em que esta religião tem sofrido bastante com a intolerância tocada por alguns setores evangélicos; mas a despeito desta hodienda perseguição, os umbandistas têm resistido com firmeza em suas posições, e ao que parece, este quadro de perseguição e impunidade está começando a mudar aos poucos. O que é muito certo, pois qualquer forma de preconceito é sempre nojenta e censurável, e os seres humanos foram criados para viver na diversidade, e não de outra forma.




E o disco? Olha, pelo fato de a matriz da qual a cópia de que disponho foi retirada já é antiga, algumas faixas do disco estão um pouco danificadas, com alguns saltos de volume e muito chiado, mas isso não diminui o valor deste disco. O título já é sugestivo: foi tirado de um dos mais famosos livros umbandistas, que foi escrito por um tal de W.W. Da Matta e Silva na década de 50. Quanto ao conteúdo, eu diria que não chega a ser genial, mas é bastante alegre e interessante(até porque as faixas também tentam aludir à todas as vertentes nordestinas das religiões de matriz afro-indigena). Para quem gosta de música sacra e/ou de forró, é recomendável. Ah! quanto a música postada no link, um esclarecimento: jurema é uma árvore tida como sagrada por algumas religiões, e a casca de sua raiz é a base de uma bebida alucinógena usada em alguns rituais.




Agora, é no colírio alucinógeno!




Para ouvir a faixa 03, "No pé da Jurema Preta", clique neste link:

http://www.esnips.com/doc/e2acf833-d1bb-4b41-aa6d-80f1423c4a42/03-No-pé-da-Jurema-preta

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Germano Mathias - 1974


01. Na casa da Tia Ciata; 02. Luto no morro; 03. Testamento de sambista/Criançada bamba; 04. Zé da Pinga; 05. Conselho de coroa; 06. Como é que pode; 07. Quisera que soubesses; 08. Deu a louca na nega; 09. Não é da Bahia; 10. Cachorro da vizinha; 11. Meu viver; 12. Eu e a saudade pela rua.


Ora, caras-pálidas, vocês não sabem quem foi Germano Mathias(ou melhor, quem é, pois ele ainda está vivo)? Eu lhes direi que é simplesmente um intérprete de sambas único, tendo como marca registrada a sua latinha de graxa onde ele faz suas batucadas, imprimindo às suas interpretações um estilo que, pelo menos até onde eu saiba, não é e não foi imitado por nenhum outro sambista.
Vejo até que esta postagem vem muito bem a calhar neste blog que pretende tratar também de assuntos acadêmicos, pois Germano Mathias, nas décadas de 60, recebeu o apelido de "O Catedrático do Samba", que lhe foi dado por um radialista quando Germano recebeu de uma escola de samba um diploma honorífico de bacharel em samba. E realmente, Germano Mathias fazia e ainda faz samba como um ilustre acadêmico pontificando em sua cátedra, ensinando e mostrando a todos nós um jeito de interpretar e fazer sambas que talvez nem imaginássemos que existisse.
Quanto ao disco em si, é uma obra para se ouvir no escuro, meus senhores! Eu poderia colocá-la no rol dos discos que, se você gosta de samba ou de MPB, você não deve morrer sem ouvir. Uma das coisas que chama bastante a atenção neste disco é o diálogo(não tão explícito) que Germano faz com a já declinante (pelo menos na época) bossa nova (coisa que, além de surpreender por ser rara no mundo do "samba de raiz", é uma marca em boa parte da obra de Germano Mathias), tudo isto sem perder aquele ar e aquela desenvoltura de um legítimo bamba.
Em outra ocasião, eu posto mais coisas do Germano e faço posts mais detalhados. Só vou botar uma música porque gosto de agir como o traficante: só te ofereço uma dose, pra você ficar ligadão, e se vc quiser mais, vai ter que me procurar.

Agora, é só no colírio alucinógeno. Fui!



Para ouvir a faixa 12, "Eu e a saudade pela rua", clique neste link:

http://www.esnips.com/doc/da9c1b3a-fabf-472c-99ae-436ec393756a/12-Eu-e-a-saudade-pela-rua




O porquê do título




Bem, eu prometi explicar o porquê do nome deste blog, e aí vai: de certa feita, no campus guarulhense de Universidade Federal de São Paulo, onde curso a licenciatura em História, um certo professor disse que seria um experiência deveras intrigante se pudéssemos de alguma forma nos ver comendo macarrão, e que se fizéssemos isso, jamais seríamos os mesmos.
Olha, quando eu fiz isso, devo dizer que foi impactante( como, eu creio, vocês já puderam notar!), mas não chegou nem perto da experiência a que esse professor aludiu, ou seja, a ponto de transformar nossas pessoas. Nada disso. Mas eu, que há mais ou menos 15 anos só almoço macarrão (com raras exceções, geralmente dias festivos), achei que a foto serviria de mote para a criação de um blog onde eu pudesse expressar um pouco de minhas idéias e de meus conhecimentos.
Eu ainda não fiz aqui nada do que realmente eu queria fazer neste blog, isso porque eu ainda não domino bem as ferramentas de uso dele. Mas quando eu conseguir fazê-lo, eu pretendo discutir aqui de tudo um pouquinho: vida acadêmica, música (principalmente samba e música umbandista, mas também outras de meu agrado), futebol, ou mesmo qualquer outro assunto da moda. E tudo isso com a liberdade de um leigo (já vou avisando que sou da opinião de Millôr Fernandes, que diz o seguinte: "na condição de leigo, não sou obrigado a citar minhas fontes")

Agora, vou pingar o meu colírio alucinógeno, senhores!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Este blog...




Saudações a todos!

Como eu já pretendia há muito tempo, eu resolvi criar um blog próprio, que irá revelar tudo o que penso sobre os mais diversos assuntos, mas principalmente sobre música, religião (como muitos sabem, sou umbandista) e, quando o homem lá do alto quiser, um pouco de coisas acadêmicas. Assim sendo, pretendo compartilhar algumas coisas que tenho guardadas aqui comigo e um pouco do pouco que eu conheço...



Quando eu conseguir obter uma foto e quando eu também conseguir dominar melhor as ferramentas deste blog, eu explico o porquê deste blog ter o nome que tem...



Agora, como diria José Simão: me deêm licença. Que eu vou pingar meu colírio alucinógeno!