domingo, 28 de março de 2010

Liu e Léu/Duo Guarani - Paulistas x Mineiros - 1965


01. Canção do sertanejo; 02. Querido amor; 03. Tempo de criança; 04. Juca Bento; 05. Deus te pague; 06. Nem um balão; 07. Aliança de noivado; 08. Pra que beber; 09. Lembrança; 10. Sempre contigo; 11. Perdiz matogrossense; 12. Jogador na igreja.



Saudações a todos! Hoje, eu volto a fazer o que eu mais gosto de fazer neste blog, que é resenhar um disco de meu gosto que faça parte de meu acervo musical... Me desculpem, mas o fato é que eu sou um aficionado por música e gosto de compartilhar essa paixão com as (ainda) poucas pessoas que passam por este blog... Preciso variar um pouco o conteúdo deste blog e estou tentando fazer isso, mas o coração é que me governa...






Como eu já devo ter falado, eu aprecio muito a música caipira, por inclinação de família. E este disco que ora resenho, que não é muito conhecido (apesar de não ser difícil encontrá-lo para download), é em minha modesta e ínfima opinião um clássico da música caipira brasileira; as cinco primeiras músicas do disco são interpretadas por Liu e Léu, uma das mais famosas duplas caipiras brasileiras (ainda hoje atuante, com mais de 50 anos de carreira) e membros de uma família de famosos músicos sertanejos (são irmãos do recentemente falecido Zico e do Zeca - outra dupla sertaneja não menos famosa - e primos do saudosos Vieira e Vieirinha. Por sinal, essas três duplas são as minhas favoritas..).






As restantes músicas são interpretadas pelo Duo Guarani (para quem não sabe, duo é uma dupla formada por um casal - homem e mulher; infelizmente não consegui obter informação alguma sobre esses artistas. Talvez eles só tenham gravado esse disco, ou eram artistas solo que se juntaram para a gravação do disco, ou posteriormente botaram outro nome no duo. Se algum leitor souber alguma coisa a respeito, me escreva...) Ao que parece, partiu da Chantecler (que era um selo da RCA Victor, pelo qual gravaram a maioria, se não todas, as duplas sertanejas famosas das décadas de 50/60. No catálogo deste selo, se podem encontrar verdadeiras obras-primas da música caipira) a idéia de, ao promover um encontro entre artistas paulistas e mineiros (Liu e Léu são de Itajobi, no interior de São Paulo, e esse Duo Guarani certamente deveria ser de algum lugar de Minas; esses dois estados são a terra matriz e de excelência na música e na cultura caipira), promover por acréscimo a música caipira.






E o resultado final demonstrou-se excelente: este disco, além de estar no rol daqueles que você não deve desencarnar sem ter ouvido pelo menos uma vez, é um verdadeiro monumento à música popular do sertão brasileiro, e que a meu ver é indispensável para quem quer conhecer o que foi em outros tempos a música sertaneja deste país. Para muitos de nós, que fomos criados no meio urbano, esta obra pode até parecer brega demais, mas a música do tempo e do lugar que esse disco aborda é uma música que se utiliza de outra linguagem para exprimir sua mensagem. E outra: este blog só comenta música de qualidade, portanto aos fãs do créu, do piloto da faixa de Gaza, do rebolation, das bandinhas mela-cueca e de outras estupidezes quejandas, só me resta dizer, como está mesmo no funk do piloto da faixa de Gaza: "quem não gosta [de boa música], eu só lamento!".




Hoje eu farei uma coisa diferente: para demonstrar melhor o teor desse disco que eu resenhei, eu vou aumentrar um pouco a dose do alucinógeno, botando duas músicas ao invés de uma. E se algum leitor gostar, é só ver a minha lista de blogs e ir no "Saudade da Minha Terra", que a versão integral da obra está lincada ali. E vamos ao colírio alucinógeno, porque as lutas da Semana Santa só estão começando!



Para ouvir a faixa 01, "Canção do sertanejo", na interpretação de Liu e Léu, é só clicar no link abaixo:



E para ouvir a faixa 09, "Lembrança", na interpretação do Duo Guarani, clique aqui:
http://www.esnips.com/doc/4403ebc8-a6c0-477f-a22e-37658b47b39f/Lembrança-Liu--Léu





"Só não gosto de pessoas que pensam em 1 e 0 e dizem que quem não faz isso está em cima do muro"

Esta é a frase do dia, proferida em mais um debate infrutífero entre os alunos de humanidades da Universidade Federal de São Paulo...