domingo, 7 de novembro de 2010

José de Aloiá - Saudação à Praia Grande - 1986



01. Saudações à Praia Grande; 02. Mundo Enganador; 03. Feitiço de Preto-Velho; 04. Desfeita de Macumbeiro; 05. Povo do Oriente; 06. Vovó Cambinda na Bahia; 07. Vagabundo Zé Pelintra; 08. Saudações à Babalaô; 09. Mestre Sibamba; 10. Tomando Cana; 11. Nega, cadê teu Nego?; 12. Xangô.




Saudações a todos! Vamos a resenha de mais um disco de Umbanda, que tenho cá comigo em meus guardados; mas ao contrário do que eu tenho postado aqui, esse disco não é dos melhores. A bem da verdade, pode-se dizer que é uma porcaria, e que eu perdi meu dinheiro quando adquiri a cópia digital desse LP.



Mas, seguindo o conselho de Mestre Obashanan, um disco de Umbanda, por mais ruim que seja, sempre é o reflexo de uma forma de se entender a Umbanda. E este disco obviamente não é uma exceção. A maioria das faixas deste disco são forrós em homenagem à entidades da Jurema e também da Umbanda; há ainda umas duas faixas com jeito de pagode mela-cueca das antigas (uma das quais eu escolhi para a "degustação" habitual), daquele tempo que até o pagode mela-cueca era mais elaborado e romântico...



O problema do disco é que o acompanhamento instrumental das faixas ficou parecendo melodia de videokê, ou aqueles discos antigos que só continham a melodia das músicas mais famosas pra que o pessoal brincasse de karaokê (obviamente não se usa o playback, mas sim uma versão melódica, para que não se torne necessário o pagamento de direitos autorais e de execução dos originais) Em português mais claro, esse disco que ora comento ficou pra lá de brega...



O que mais ou menos salva o disco é a interpretação do José de Aloiá, pai-de-santo da Tenda de Umbanda Palácio de Iansã, Cabocla Yara e Serafina da Bahia (eu não sei onde é esse templo, nem se ele ainda existe; se alguém que passar por aqui souber de algo, por favor se manifeste!), que tem um timbre de voz muito semelhante ao da grande Clementina de Jesus, mas bem mais rouco. O disco que José de Aloiá gravou só com pontos de Zé Pelintra (posso dizer que os pontos de Zé Pelintra conhecidos da maioria dos umbandistas estão neste disco; pelo menos os primeiros pontos que eu aprendi do seu Zé Pelintra, eu aprendi escutando esse disco!) é infinitamente melhor do que este que ora apresento.



Dá pra notar que a intenção inicial era demonstrar onde estão as raízes dos ritmos da música nordestina, de uma forma bastante ousada para a época. Porque os forrós, baiões e xotes têm uma ligação muito evidente com a música das encantarias; até há um culto no Norte e no Nordeste conhecido como "Baião de Cura" . Pena que no resultado final, o disco ficou parado no tempo, daquela coisa da música nordestina dos anos 80... Pelo menos pra quem quer entender as conexões da músicados terreiros com a música popular, vale a pena ser ouvido...



A capa desse disco que encima a postagem é do blog "Acervo Tambor"



Para ouvir a faixa 08, "Saudações à Babalaô", é só clicar aqui:


http://www.esnips.com/doc/72685670-a1e8-4244-8aeb-371416276165/08-Saudações-à-Babalaô

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