quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mais uma vez, indo contra o politicamente correto...

Saudações a todos! Este pequeno texto foi extraído de um outro blog, o "Sofrimento Amoroso do Homem", e é mais um libelo contra essa chatice do politicamente correto, além de ser mais uma coisa que não é de minha autoria. Mas o que se há de fazer, se essa gente consegue ser mais genial do que eu? Se eu me esforço como um louco para o resultado de minha lida cerebral seja visto por, no máximo, três pessoas, sem ser comentado por nenhuma delas?



Porém, sou oprimido pelos dois embaraços aludidos por Voltaire: a necessidade urgente e inadiável de falar, seguida pelo embaraço de não ter nada de muito útil ou inédito a dizer ou acrescentar no cotidiano de alguém. E outra, eu preciso variar o conteúdo deste blog, pois não é qualquer um que aguenta escutar outro que só fala de música, não é mesmo? E eis aí algo que não entendo: pessoas que em seus blogs fazem um humor pra lá de escroto, ou dissertam sobre qualquer futilidade ou outras coisas ininteligíveis, conseguem ter centenas ou milhares de seguidores, enquanto eu, que desejo mostrar só um pouquinho de conteúdo, consigo manter com muito esforço dois seguidores...



Não que eu deseje os milhares de seguidores de muitos blogs por aí, alguns realmente merecem o número de seguidores que tem porque são muito bons mesmo, mas que este blog fosse um pouco mais visto, que as pessoas efetivamente dessem sua opinião sobre ele, comentassem as postagens que faço seria muito bom... Assim, eu poderia ter maior certeza que fiz bem em trazer este blog pobrezinho de meu Deus à luz. Pelo menos aqui é um espaço onde tenho liberdade pra dizer o que eu penso sem a necessidade de ter que agradar, atender as vontades ou passar a mão na cabeça de quem quer que seja.



E talvez eu esteja errando em alguma coisa: o nome do blog parece bastante infantil (embora haja uma justificativa bem intrigante para esse nome),ou porque a minha cara não tem uma aparência muito bonita de se ver (eu estou conformado com ela), ou porque eu me prolongo demais no que eu escrevo (hoje todo mundo tem preguiça de ler, e é justamente por isso que somos manipulados pelos outros). Quem sabe uma hora eu não acerto a mão e viro uma celebridade da internet, meus caros? Pois bem, vamos deixar de delongas e ir ao que interessa, essa eterna cruzada contra o politicamente correto...




O politicamente correto é uma arma que permite manipular a opinião coletiva, dando a entender que aqueles que defendem idéias contrárias às dominantes são monstros e pertencem ao mal. As idéias e pontos de vista majoritários são tidos como "do bem" e a capacidade de questioná-los é tida como ato reprovável. Ninguém pode duvidar do politicamente correto, sob a pena de ser tachado, não de ignorante, mas de malvado e até de perigoso.






A hipocrisia do politicamente correto ressalta rapidamente à vista quando defendemos idéias heréticas, que destoem do consenso geral e choquem. É então que comprovamos que os "bonzinhos" se tornam exatamente aquilo que dizem condenar: intolerantes.






Para isolar idéias heréticas, o politicamente as estigmatiza como perigosas e perversas. É assim que alguns pontos de vista se tornam hegemônicos em detrimento de outros. O interessante é que, quando as visões heréticas ousam perturbar, elas não são discutidas, mas somente demonizadas e rotuladas para uma fácil perseguição. Obviamente, a discussão das mesmas terminaria por colocá-las em pé de igualdade com as idéias dominantes e é exatamente isso que o politicamente desespera-se por evitar. A verdadeira liberdade de pensamento apavora o politicamente correto, já que o mesmo sustenta-se sobre a mentira.






Se determinadas formas de pensar são "erradas", porque não se permite a análise cuidadosa das mesmas? Por simples temor de que sejam coerentes a ponto de provocarem reviravoltas e até quebras de paradigmas. O politicamente correto é o guardião da ordem vigente.Se o politicamente correto fosse realmente o que diz ser, demonstraria os erros da idéias heréticas ao invés de usar o recurso baixo da acusação e da manipulação de opiniões. Entendo que a verdadeira filosofia e o politicamente correto são incompatíveis.






Na Idade Média, era considerado politicamente correto elogiar a Igreja e perseguir judeus, bruxas e hereges. Hoje é politicamente correto elogiar judeus e perseguir a Igreja. Ambas as formas de pensar são hipócritas e não permitem o desenvolvimento intelectual da humanidade, ambas encarceram o entendimento.






O que proponho? Proponho que se permita às pessoas pensar o que quiserem e, quando não se goste de determinadas formas de pensar, que se as analise para verificar o que contém e para mostrar os erros que apresentam, ao invés de simplesmente tentar demonizar quem as defende. Se o pensador herege realmente estiver errado, os erros de suas idéias aparecerão. Os erros de um ponto de vista são falhas lógicas e forçosamente aparecem em um escrutínio sincero e cuidadoso.






Todo pensamento unilateral é prejudicial, assinala fanatismo, dogmatismo e retrocesso. A recusa em considerar analiticamente este ou aquele ponto de vista indica irracionalidade e incompetência em desbancá-lo. Sou defensor do pensamento verdadeiramente dialético, o qual exige do pensador a capacidade de considerar pontos vista antagônicos com igual dedicação. Quem é capaz de fazer isso verdadeiramente? (..) A crítica aponta os erros e é por este caminho que uma sociedade evolui.

Um comentário:

  1. Essa lance de politicamente é, além de opressivo, uma forma grave de alienação.

    Recomendo a leitura do livro "Alma Imoral", de Nilton Bonder

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