quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Grupo Zambo - Bahia, Grupo Zambo - 1976


01. Catendê (Louvação ao Deus da Folha Ossain); 02. Sirrum (Axexé de homenagem aos mortos); 03. Kiningé (Louvação a Rainha do Mar); 04. Aguemarina (Louvor a Ossain); 05. Dialeto; 06. Giló; 07. Iúna (Homenagem a Mestre Bimba); 08. Salomão (Homenagem a Mestre Pastinha); 09. Origens; 10. Reza da Noite e Durê (Candomblé Angola).


Saudações a todos! Vamos mais uma vez fazer uma resenha mal feita sobre música (extremamente) bem feita... Afinal,este blog sempre foi, nos três anos que está no ar, um espaço onde sempre se defendeu mais deslavada laicidade em todos os assuntos, não é mesmo? E vamos mais uma vez com um disco que do começo ao fim transpira brasilidade, "Bahia, Grupo Zambo" (pra quem não sabe, "zambo", em alguns países hispânicos, é o equivalente de "mulato"; algo que vai ao encontro daquela idéia freyreana - muito em voga nos tempos passados, mas hoje desacreditada por causa da carga de racismo nela contida - do mulato/mestiço enquanto representante maior da brasilidade).

É um disco de música tradicional baiana (ou, pelo menos, de belas fantasias musicais embasadas nos temas da música baiana). Como eu creio que os leitores devem saber, a Bahia (talvez por Salvador ter sido a primeira capital brasileira) nos forneceu as bases formadoras do que chamamos "cultura brasileira" em inúmeros aspectos: na culinária, na religiosidade e principalmente na música; pra quem não sabe, o tão carioca samba nasceu nas casas das famosas "tias baianas", como Tia Ciata, que eram verdadeiros "pontos de cultura" onde podíamos encontrar as mais variadas formas de expressão da cultura negra do Brasil, nos primeiros anos do século XX. É, mais ou menos, como diria a contracapa deste LP: não reconhecer isso "é pecado mortal no mais elementar catecismo de brasilidade"


E, não custa frisar, essa matriz cultural é eminentemente negra e eminentemente mística; talvez por essa razão não houve até os dias de hoje muitas iniciativas firmes e consistentes que se dedicassem a preservá-la/estudá-la em todas as suas minudências, o que constitui um grave prejuízo não só para o entendimento do que seja a nossa cultura, mas também para o entendimento do "caráter nacional". E o presente disco parece preencher um pouco dessa lacuna, mostrando as origens daquilo que chamamos de "música brasileira", é  é uma obra agravel e melódia, apropriada para se ouvir em qualquer ocasião... Vou parar por aqui, pois a inspiração está me fugindo...


Para ouvir a faixa 06, "Giló", é só ir ao link aí embaixo:

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