segunda-feira, 9 de julho de 2012

Um breve sobre a homofobia




Saudações a todos! Como vocês já devem estar sabendo, existe um intenso debate público que procura fazer com que o machismo e a homofobia não só sejam criminalizados como deixem de ser comportamentos considerados naturais socialmente (No bojo desta questão se discutem ainda direitos civis, vejam bem, DIREITOS CIVIS - num país que se julga no caminho do desenvolvimento isso soa até estranho que hajam pessoas que não gozem de tais direitos -  para a população LGBT, como o uso do "nome de guerra" nos documentos pessoais - no caso dos transexuais -  e o casamento homoafetivo)... E entre as ações concretas desta luta, estão a realização de eventos como a Marcha das Vadias e a Parada do Orgulho LGBT em diversas cidades do país, bem como a pressão para que a Lei Maria da Penha seja aplicada com mais eficácia e rigor, e a pressão pra que seja aprovado o quanto antes o famoso PLC 122, que torna crime quaisquer práticas homofóbicas (não sei se o projeto pretende dar uma nova redação a Lei 7716 - que define os crimes de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional - incluindo aí a discriminação de gênero ou de "orientação sexual", ou se pretende criar uma lei exclusiva pra tratar disso). 


Como podemos ver, são temas bastante polêmicos, pois é difícil admitir que esta é uma sociedade machista (e que, por extensão, nós somos machistas), e que se você não for hétero você corre o risco de ser espancado até a morte na rua se for visto(a) junto com seu(sua) companheiro(a), não contando a pressão da "bancada religiosa" (grupo de parlamentares evangélicos; a definição é pensada para membros do Congresso Nacional que pertençam a tal grupo, mas pode se aplicar a qualquer casa legislativa deste país. Em qualquer uma delas - seja nas assembléias estaduais ou nas câmaras de vereadores -  é difícil não haver um grupo de parlamentares constituído por lideranças evangélicas) para que estes e outros temas não sejam sequer discutidos... Dadas estas questões (que apresentei de forma bastante superficial), acreditamos que não devemos nos abster do debate público... 


E vamos expor nossa opinião com um comentário que fiz numa postagem de um de meus blogs favoritos: http://miocitos.wordpress.com/  (visitem- no, meus raros leitores; tanto pela autora - uma mulher belíssima, inteligente e que escreve muito bem sobre os mais diversos assuntos; claro que uma pessoa com tais predicados só poderia estar estudando História -  bem como pelo conteúdo do blog - e, não custa lembrar, em retribuição ao jabá grátis que ela faz deste meu blogzinho humilde, que na mais deslavada das ousadias já está há quase três anos no ar): 


Não é incrível que vivamos num mundo onde nossos papéis sociais, nossa vestimenta e nosso comportamento sejam de certa forma definidos por aquilo que nós temos no meio das pernas??? Ou que nossa segurança e nossa aceitação social seja definida por aquilo que gostamos de fazer entre quatro paredes??? Basicamente, é nesse cenário que implica a aceitação passiva do machismo e da homofobia…


Eu não vou ser hipócrita e negar que para mim, ver dois homens se beijando e/ou em carícias íntimas ainda é algo que mexe comigo de maneira um tanto negativa, mas eu encaro a questão pelo seguinte prisma: não podemos, por exemplo, de maneira alguma admitir que pessoas estejam morrendo nas ruas da sétima maior metrópole deste planeta (São Paulo) de tanto apanhar apenas por causa da sua expressão sexual, ou que algumas delas sofram tanto por causa da falta de aceitação de seu gênero que vejam o suicídio como única alternativa de escape… E tudo isso em um lugar onde ocorre anualmente o maior evento mundial do orgulho homoafetivo e transgênero…


Como sou umbandista, sei muito bem o que é pertencer a uma minoria social que não goza de aceitação e legitimidade plena; todos os dias, temos que conviver com olhares desconfiados, perguntas indiscretas, manifestações idiotas de ignorância quanto a minha crença, fora as intermináveis discussões que tenho com a minha família (quase todos são católicos praticantes e atuantes dentro de suas comunidades, e eu também o fui durante boa parte de minha vida) que não aceita o fato de eu ter mudado tão bruscamente de religião…


Não que tudo isso que acabo de relatar seja motivo de opróbrio para mim, ou que eu me sinta desiludido com a minha religião (muito pelo contrário, no último 25 de abril, fizeram 5 anos que frequento a umbanda; no dia 03 deste mês, fizeram 2 anos que fui inciado nessa religião através do batismo e no dia 27 de setembro se completarão 2 anos que faço parte da curimba- como tocador de atabaque- do templo no qual fui iniciado. E não me arrependo de absolutamente nada que tenha feito na ou pela religião umbandista).. Mas, como diria esse trecho de filme que, usando do talento de dois dos maiores atores brasileiros da atualidade (na minha modesta opinião), solta a seguinte frase, a 1 minuto e 14 segundos de vídeo:





“Suportar é a lei da minha raça, tá ligado?" (eu diria da nossa, posto que isso se aplica a todas as minorias)... E esse é justamente o problema: até quando vamos ter que suportar todas as vexações, sejamos nós negros, mulheres, homossexuais, transgêneros, favelados ou umbandistas??? Não aquentamos mais, por isso, está mais do que na hora de mostrarmos a nossa cara e mandar uma banana (acho melhor o dedo do meio) pra essa sociedade que diz que é bom ser diferente, mas não muito…


Ah, o post em questão é este aqui: http://miocitos.wordpress.com/2012/06/15/quando-a-homofobia-vem-dos-gays/ Um saravá pra todos!

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