sábado, 8 de agosto de 2009

Umbanda de Todos Nós - 1961


01.Príncipe Gerson; 02.Saravá, meu Pai; 03.No pé da Jurema Preta; 04.Mineiro Grande; 05.Vamos Saravá; 06.Zé Arigó; 07.Mestre Luiz; 08.Babalorixá; 09.Mãe Aruanda; 10.Santa Bárbara; 11.De corpo fechado; 12.Pai Oxalá.




Ora, meus senhores, eu recebi este disco justamente hoje(eu o comprei sob encomenda) e fiquei bastante intrigado, pois o que esta obra nos traz à luz é algo bastante incomum: todas as faixas deste disco são forrós com a temática das coisas do terreiro; normalmente, quando alguém grava alguma música de tal temática, utiliza o samba como veículo. Isto posto, começamos a refletir sobre que caminhos a música umbandista passou, e notamos que ela está presente em todos (ou quase todos) os gêneros da música popular (eu já encontrei não só sambas, mas também música sertaneja com temática umbandista). E o incrível que as pessoas muitas vezes tentam negar tal ligação.




Particularmente falando, estou orgulhoso deste post, pois como muitos sabem eu sou umbandista, e não faço questão alguma de esconder isso, ainda mais num momento como este, em que esta religião tem sofrido bastante com a intolerância tocada por alguns setores evangélicos; mas a despeito desta hodienda perseguição, os umbandistas têm resistido com firmeza em suas posições, e ao que parece, este quadro de perseguição e impunidade está começando a mudar aos poucos. O que é muito certo, pois qualquer forma de preconceito é sempre nojenta e censurável, e os seres humanos foram criados para viver na diversidade, e não de outra forma.




E o disco? Olha, pelo fato de a matriz da qual a cópia de que disponho foi retirada já é antiga, algumas faixas do disco estão um pouco danificadas, com alguns saltos de volume e muito chiado, mas isso não diminui o valor deste disco. O título já é sugestivo: foi tirado de um dos mais famosos livros umbandistas, que foi escrito por um tal de W.W. Da Matta e Silva na década de 50. Quanto ao conteúdo, eu diria que não chega a ser genial, mas é bastante alegre e interessante(até porque as faixas também tentam aludir à todas as vertentes nordestinas das religiões de matriz afro-indigena). Para quem gosta de música sacra e/ou de forró, é recomendável. Ah! quanto a música postada no link, um esclarecimento: jurema é uma árvore tida como sagrada por algumas religiões, e a casca de sua raiz é a base de uma bebida alucinógena usada em alguns rituais.




Agora, é no colírio alucinógeno!




Para ouvir a faixa 03, "No pé da Jurema Preta", clique neste link:

http://www.esnips.com/doc/e2acf833-d1bb-4b41-aa6d-80f1423c4a42/03-No-pé-da-Jurema-preta

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